Criatividade e Inovação

De artes visuais a biotecnologia e gastronomia: as diferentes faces da economia criativa

Guilherme Roque, Natália Berbel e Victória Arruda
27 de novembro de 2024

A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) classifica a economia criativa em seis áreas prioritárias: Patrimônio Cultural e Natural, Espetáculos e Celebrações, Artes Visuais e Plásticas, Livros e Periódicos,  Audiovisual e Mídias Interativas e Design e Serviços Criativos. Todavia a economia criativa não se resume apenas a essas áreas. Gastronomia, música, publicidade, arquitetura, software e jogos digitais, biotecnologia, artesanato também fazem parte desse setor. 

A importância do setor criativo

Segundo dados da ONU News, a cultura e a criatividade já representam 6,2% dos empregos no mundo e correspondem a 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) global. Por sua base ser a criatividade, um recurso inesgotável, o setor oferece ampla possibilidade de inovação e crescimento econômico. “Respeitando a identidade e essência de cada empresa, a criatividade pode levar a visibilidade e lucratividade para outro patamar, trazendo posicionamento e fortalecimento da marca e fazendo com que ela seja percebida e reconhecida”, destaca a publicitária Eduarda Ferreira, proprietária da agência de marketing La Maison Criativa, ao explicar o impacto da criatividade nos negócios.

Criatividade em diferentes áreas

O setor econômico criativo abrange uma variedade de atividades, que vão desde as tradicionais, como música, teatro, dança e artes visuais, até as áreas mais tecnológicas, incluindo o desenvolvimento de jogos, biotecnologia e serviços de tecnologia da informação (TI). Segundo dados do Itaú Cultural, o setor de design foi o que mais cresceu nos quatro trimestres de 2022 e 2023, com um aumento de 29%. Em seguida, destacaram-se a música (24%) e o desenvolvimento de softwares e jogos digitais. Em contrapartida, o setor editorial apresentou queda (-8%) no mesmo período. 

A economia criativa permite a colaboração entre setores, o que torna esse segmento ainda mais abrangente. “A sinergia entre as áreas é a base para que uma campanha e uma entrega de sucesso seja concluída. Portanto, todas as áreas precisam andar juntas, entendendo sua importância para a entrega do todo”, detalha Eduarda.

Redes sociais impulsionam os negócios

Atualmente, as redes sociais têm assumido um papel de destaque na vida das pessoas e nesse setor econômico não é diferente. As plataformas digitais se consolidaram como ferramentas estratégicas para impulsionar negócios. “Outro investimento muito feito é nas redes sociais; divulgação para promover e aumentar o alcance da marca”, afirma Caroline da  Cruz, analista de mídias do brechó Dig For Fashion. 

Dados do Sebrae revelam que 79% dos negócios ligados à economia criativa possuem perfis  em redes sociais. “São grandes aliadas e eu diria que se tornaram o meio de comunicação principal para um combinado de marketing de campanhas de sucesso. Quem ficar fora está morto. Mas, temos que lembrar que não existe apenas esse meio para comunicar, aparecer e vender. É aí que se destacam os bons profissionais da economia criativa, quando sabem equilibrar e explorar tudo isso”, conclui Eduarda.