Criatividade e Inovação

Economia Criativa inova e movimenta o mercado em Ribeirão Preto

No Brasil, o setor é responsável por 3,11% do PIB e emprega mais de 7 milhões de trabalhadores

Guilherme Roque, Natália Berbel e Victória Arruda
28 de novembro de 2024
Feira do Coletivo, na Praça 7 de setembro, realizada em 13 de outubro de 2024

A economia criativa é uma atividade econômica que depende da inventividade e traz inovação. Atividades como cinema, fotografia e artes, de uma forma geral, são exemplos desse segmento. O Sebrae define economia criativa como sendo os produtos ou serviços desenvolvidos a partir do conhecimento, criatividade ou capital intelectual de indivíduos com vistas à geração de trabalho e renda. A entidade ainda explica que, diferentemente da economia tradicional, a criativa foca no potencial individual ou coletivo para produzir bens e serviços criativos.

Em expansão global, os setores movidos pela criatividade não ficam fora desse movimento no Brasil e são responsáveis por 3,11% do PIB. Atualmente, esse setor emprega, em média, 7,4 milhões de trabalhadores brasileiros e, dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), indicam que até 2030 gerará cerca de um milhão de novos empregos. 

Segundo a Unesco, a economia criativa movimenta, no mundo, US$2,25 bilhões e emprega, aproximadamente, 30 milhões de pessoas. No Brasil, o mercado da economia criativa já superou o setor automobilístico. “É um mercado em ascensão e hoje a gente sabe que a cultura impacta positivamente na economia quando é fomentada”, explica Pedro Leão, ex-secretário municipal de Cultura. Contudo, o setor criativo não se limita apenas a atividades culturais e artísticas; também abrange áreas de inovação e tecnologia, que estão ampliando seu mercado de trabalho a cada dia no país.

Criatividade em Ribeirão

Apesar de recente, o termo economia criativa define uma prática antiga, de acordo com Luciano Nakabashi, economista e professor da FEARP/USP. “Desde a época colonial já existiam atividades relacionadas à economia criativa”. Até os setores mais tradicionais da economia, como o agronegócio e indústrias, têm uma parcela criativa. “Esses setores tradicionais são setores que também dependem de inovação”, completa Nakabashi. 

Em Ribeirão Preto, o setor de bares, restaurantes e vida noturna é a base da economia criativa, relata Pedro Leão. “Somos uma cidade de cultura cervejeira, uma cidade de turismo de bares e restaurantes. É um pilar da nossa cultura e do nosso turismo”, explica. A cidade também apresentou um crescente de feiras de economia criativa, além da variedade de bazares e de suas matrizes: teatro, música, dança e artes visuais. 

E como ela funciona na prática?

No contexto de empresas como o brechó Dig for Fashion, as oportunidades foram identificadas por meio de uma mudança nos padrões de consumo. “Com a crescente preocupação dos consumidores em relação ao impacto ambiental da indústria da moda, a demanda por roupas usadas e vintage tem crescido”,  informa Caroline da Cruz, analista de mídias da Dig for Fashion.

As redes sociais desempenham um papel fundamental na expansão da economia criativa, sendo meios essenciais para marcas, comerciantes e profissionais divulgarem seus serviços. “Outro investimento importante são as redes sociais, usadas para promover e aumentar a visibilidade da marca, atingindo não apenas aqueles que já consomem moda sustentável, mas também um público que muitas vezes não sabia que é possível praticar o consumo consciente”, afirma Caroline.

Com capacidade de integrar diferentes setores dentro de um único negócio, essa área potencializa a geração de empregos. O aumento do consumo sustentável e responsável, estimulado por práticas como o ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa) adotado por empresas sintonizadas com esse movimento, tem sido crucial para o avanço. A criatividade, por sua natureza ilimitada e renovável, se apresenta como um recurso fundamental, promovendo inovação e adaptabilidade nesse mercado em expansão.