Arides Ferreira, conhecido como Ary, trabalha no ramo calçadista há 55 anos. Diferente da maioria dos sapateiros que trabalham atualmente com consertos, Ary produz botas sob medida. “Se você parar, você regride”, diz Ary que passou a usar a internet a seu favor. Suas botas são vendidas em todo o Brasil pelo seu site. Hoje ele não precisa mais ir tirar as medidas para fazer botas para seus clientes. Uma ficha modelo vai e volta pelo WhatsApp, com as medidas.
“A gente tem que se adaptar dentro do sistema, da evolução, porque a população cresce, a vida muda”, diz Ary sobre a tecnologia. O sapateiro se adaptou e negocia a matéria-prima, produz e vende as botas pela rede.
Ary ainda domina todas as etapas da produção, diferente do modelo Fordista em que o trabalhador desempenhava apenas uma parte do processo, uma função repetitiva.
Com isso, mantém viva sua profissão artesanal, um ofício antigo que data da época dos egípcios. Na Idade Média, fazer sapato era considerado uma mistura de técnica e arte. Era um exercício valorizado, porque os sapateiros produziam algo que tinha o objetivo de proteger os pés.
A tradição sempre foi importante para as profissões manuais, que eram transmitidas de uma geração para outra. E, até hoje, sempre há alguém que gosta de um sapato exclusivo, feito a mão.