Como muitos, Pedro Fernandes também conheceu o pingue-pongue de forma despretensiosa na escola. Depois de jogar com os colegas e descobrir que uma amiga da família treinava em um lugar próprio para isso, ele seguiu o mesmo caminho. Pedro, hoje com 19 anos, treina desde 2016, e não se vê fora do esporte. Inclusive, já disputou diversos campeonatos, como o Paulista, e conquistou medalhas. “Eu comecei com 11 anos, no começo tinha bastante gente da mesma idade. Foi bem legal. Fiz amizades e a maioria continuou até hoje”, comenta Pedro.
Assim como muitos esportes, treinos e dedicação fazem parte do dia a dia de um atleta. O educador físico e técnico, Heverton Guedes, do centro de treinamento TT Magnus, espaço onde Pedro treina, explica como funciona o treinamento de um atleta profissional.“Geralmente, o ideal para um atleta alcançar o alto rendimento, em torno de três horas por período. Três horas na parte da manhã, depois três horas na parte da tarde ou noite”, explica o treinador. “Eu treino de segunda a sexta, de vez em quando no sábado também, mais ou menos umas duas a três horas por período”, acrescenta Pedro sobre os seus treinos.
Porém, para tornar-se um jogador de alto nível é preciso fazer um investimento financeiro à altura. Para adquirir uma raquete profissional, é preciso desembolsar em média R$ 300, além do preço das borrachas que são trocadas constantemente. “Infelizmente é um pouco caro, ainda mais quando você tenta chegar no alto rendimento. Tem os custos das borrachas, que tem que trocar a borracha da raquete regularmente. Os jogadores top 10 do mundo trocam toda semana, até duas vezes. As borrachas são bem caras, são importadas.”
Guedes também ressalta como os atletas são afetados financeiramente.“O tênis de mesa é muito caro. Não só a raquete, mas os treinos também. Os campeonatos são muito caros, porque tem deslocamento e, às vezes, é muito longe, passagem aérea, hotel, alimentação e inscrição. A parte financeira pega bastante para os atletas”.
No caso das borrachas, elas são projetadas para oferecer características específicas diante a necessidade e os diferentes estilos de jogos. O que define a escolha da borracha para a raquete depende do que o atleta deseja implementar no seu jogo: velocidade, efeito ou controle.
Um exemplo é a Borracha DHS 6512 TT Rubber Espoja 2.0. De tipo chinês clássico e com um custo, em média, de R$ 90, este modelo apresenta uma esponja mais dura para ataques rápidos e borracha ótima para spin [movimento de ataque]. Levando-se em conta que, um atleta profissional troca na faixa de duas vezes por semana, em um mês de cinco semanas, seria necessário empregar cerca de R$ 900 somente com borrachas.
MAIOR VISIBILIDADE
Contudo, o tênis de mesa ganhou uma maior visibilidade no Brasil após as Olimpíadas de 2024, mas ainda não é tão grande quanto outros esportes. O “efeito Hugo Calderano” causou um crescimento nas buscas pelo esporte. “Todo mundo joga pingue-pong ou já jogou, mas levado a sério mesmo, no alto rendimento, eu acho que ainda é pouco falado. Eu acho bom que tenha esses campeonatos [Paulista e Brasileiro] que os brasileiros possam se destacar assim para cada vez mais o alto rendimento ficar conhecido”, avalia Pedro.
Mesmo com a necessidade de altos investimentos, a ascensão de Calderano contribuiu com a procura de técnicos e novos alunos interessados em ingressar na modalidade. Guedes conta como a procura em seu centro de treinamento, localizado na Zona Sul de Ribeirão Preto, cresceu após os jogos. “Foi muito bom para a academia isso [Olimpíadas]. A gente consegue trabalhar com pessoas que podem ser um futuro atleta Olímpico”, argumenta.
A presença do tênis de mesa ainda é bem destacada atualmente em escolas e universidades por meio de mesas de pingue-pong. Por ser um esporte de dupla ou quarteto, a integração de mesas aos espaços acadêmicos garante interações sociais entre alunos, e até professores, momentos divertidos de descontração e o aprimoramento de habilidades, como o reflexo. Ainda que dependa de um custo elevado para a prática profissional, para jogar casualmente o pingue-pong é bem mais acessível.
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