Com a pandemia e outros fatores que impactam nos preços, as carnes passaram a pesar muito para o bolso do consumidor brasileiro na hora de fazer uma compra ou churrasco com a família.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no mês de fevereiro de 2021 a carne bovina subiu 1,72% na comparação com janeiro deste ano, e em 12 meses apontou uma alta de 29,5%.
Em fevereiro deste ano, a inflação por preço do corte da carne com maior oscilação foi o Lagarto, com aumento de 3,60%, sendo vendido em média R$ 35,21. A segunda maior variação foi da Alcatra com 3,05%, em torno de R$ 42,98. Além disso, destaca na lista divulgada pelo IBGE o corte de Contrafilé que variou 2,21%, mas com o preço médio de R$ 44,54.
A manicure Geovana Custodio Pegolo disse que reduziu a porção de carne na compra para economizar no supermercado, mas não parou ou trocou o produto no prato. Ela também relata que a família gosta de fazer churrasco e que continua comprando a carne bovina duas vezes por semana.
“É mais fácil diminuir a quantidade do que para de comprar”.
Já o professor de Administração Murilo Carneiro falou que encolher a porção do alimento que leva para a casa é a melhor maneira de economizar na compra. Além disso, ele declarou que costuma consumir mais carne moída, presunto, peito de peru, e que se espantou ao ver a alta dos preços.
“O segredo é comprar menos carne e mais complementos. Dessa forma, tanto a alimentação quanto o orçamento ficam mais equilibrados”.
O professor da Faculdade de Economia e Administração (FEA) da USP de Ribeirão Preto – SP, Luciano Nakabashi afirmou que o aumento no preço da carne bovina foi por causa do crescimento da demanda mundial neste ano.
“Houve uma demanda maior, principalmente, no mercado mundial por consumo de carne bovina, e isso afetou mais o preço desse produto, que geralmente é uma proteína mais consumida”.
O professor da USP disse que o câmbio impacta nos preços das carnes bovinas, suínas e aves. No caso do Brasil é em razão da desvalorização do real e o aumento do dólar nos últimos meses.
“Quando o real vai perdendo referente ao dólar e outras moedas, tudo o que é determinado pelo mercado internacional, os preços acabam ficando mais caros. Isso explica bastante o fato de as carnes ficarem mais caras no nosso país”.
Luciano explicou que o custo da criação de carne bovina é maior em relação a outras proteínas, o que pode indicar a alta no preço do alimento.
Ele indicou que para economizar na hora da compra pesquisar onde está mais barato, buscar carnes mais em conta até trocar de proteína no prato, são as principais maneiras para pagar menos.
“Pode economizar escolhendo uma carne mais barata. As pessoas acabam trocando Filé Mignon pela Alcatra, Contra Filé, trocam por outro tipo de proteínas, como frango, carne suína e ovo. Também fazer uma pesquisa antes é importante para diminuir o gasto”.
Além disso, o professor da USP falou que no churrasco pode substituir os cortes e tipos de carnes que estão caras para as que são mais em conta.
“Tem vários tipos carnes de frangos que dão bem na churrasqueira, uma linguiça. Colocar menos carne nobre, menos picanha no churrasco”.