Grupo da USP tenta vencer barreira das fake news sobre vacinas

por Marissa Mendonça

Por muito tempo na história das vacinas já haviam pessoas que se colocavam a favor e contra a ideia de se vacinar. Com o avanço da tecnologia, e consequentemente maior facilidade em compartilhar informações, são compartilhadas dia a dia, com facilidade, as fake news sobre esse assunto.

Devido ao período de distribuição de vacinas contra a Covid-19, houve um crescimento ainda maior dessas notícias e não apenas relacionadas ao coronavírus, mas a todas as outras vacinas que ajudam ao combate de erradicação de doenças. Com isso, desde 2019, a União Pró-Vacina (UPVacina) da Universidade de São Paulo (USP), passou a produzir materiais educativos, onde explica a importância das vacinas de forma didática e procura formas de interação com as pessoas, principalmente nas redes sociais, para que esse assunto seja abordado e absorvido.

Para combater a desinformação, a UPVacina luta, em parcerias com diferentes organizações de pesquisas da USP. Segundo o estudante da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP-USP), um dos fundadores e hoje, divulgador científico pela União Pró-Vacina e pelo Projeto Halo da ONU, Wasim Aluísio Prates Syed, há um constante monitoramento dos grandes grupos anti-vacina no facebook conhecidos como “Lado obscuro das vacinas” e o “Vacinas, o maior crime da humanidade”.

Segundo Wasim, a maioria das fake news e conspirações anti-vacina que circulam por aí, existem há muito tempo. “A maioria delas são recicladas. A ideia de que as vacinas alteram o DNA e que causam autismo, por exemplo, não são coisas novas. A gente já combatia essas fake news, por isso temos o guia que qualquer um pode entrar gratuitamente”.

Diante disso, as redes sociais se aproveitam dessa desinformação pois, infelizmente, há muito engajamento. Com relação aos grupos do Facebook, o máximo da posição da rede social, era colocar uma etiqueta dizendo que naquele conteúdo existiam informações falsas. Ainda que atualmente essa rede social excluiu o grupo “Vacinas o maior crime da humanidade”, porém o maior deles, ainda continua ativo.

“A gente tem trabalhado em lançamentos de infográficos, livros e guias sobre fake news que contém a maioria das informações falsas que sempre circulam por aí, não só especificamente sobre as vacinas da Covid-19”.

Além disso, há a produção de vídeos autoexplicativos e áudios narrados por especialistas e cientistas, explicando se a história é ou não verdadeira, que são disparados nas redes sociais de forma que, assim, segundo o estudante da USP, o alcance das informações corretas também é maior. “Furou a bolha”, destaca o representante da União, que neste ano também lançou a campanha “Todos pelas vacinas”, em parceria com os sindicatos e sociedades brasileiras científicas.

O grupo também está trabalhando com arte visual, principalmente em relação a imagem do Zé Gotinha, personagem criado em 1986 para a campanha de vacinação contra o vírus da poliomielite, e que foi perdida com o tempo. “Temos tentado resgatar e promover uma cultura pró-vacina”, destaca.

O especialista também diz sobre a importância das campanhas em exemplo ao que atualmente a Rede Globo vem fazendo como o “Vacina Sim” e de ações junto aos órgãos como o Ministério Público e a Secretaria Municipal de Saúde para combater a propagação de informações anti-vacina. “O Ministério Público tem reforçado a campanha da vacinação contra a Covid-19, mas há uma queda na cobertura vacinal como um todo desde 2017, e isso é preocupante.”

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